domingo, 8 de junho de 2008

Bilhete com endereço


Mas onde já se ouviu falar num amor á distância,

Num teleamor ?!

Num amor de longe…

Eu sonho é um amor pertinho…

E depois

Esse calor humano é uma coisa que todos - até os executivos têm

É algo que acaba se perdendo no ar

No vento

No frio que agora faz…

Escuta!

O que eu quero

O que eu amo

O que eu desejo em ti

È teu calor animal…


Baú de espantos, RJ, 1986 Mário Quintana

quarta-feira, 4 de junho de 2008





"Éramos amigos e nos tornamos estrangeiros um para o outro. Mas é bom que seja assim, e não queremos dissimular nem obscurecer este fato, como se tivéssenos de sentir vergonha dele. Somos dois navios que perseguem rumo e objetivo próprios; podemos, sem dúvida, nos cruzar e celebrar festas entre nós, como já fizemos - então, os bons navios repousavam lado a lado, no mesmo porto, sob o mesmo sol, tão calmo que pareciam ter atingido o objetivo e tido o mesmo destino. Mas, depois, o apelo irresistível de nossa missão nos levava, de novo, para longe um do outro, para mares, em direção a paragens, sob sóis diferentes - talvez para nunca mais nos revermos, talvez para revermos ainda uma vez, sem nos reconhecermos: Mares e sóis diferentes nos teriam transformado! Que devêssemos nos tornar estrangeiros um ao outro era a lei acima de nós: É por isso mesmo que devemos nos tornar mais respeitáveis um para o outro! É por isso mesmo que o pensamento de nossa amizade de outrora nos deve ser mais sagrado! É provável que nossas rotas e objetivos divergentes se achem inscritos como ínfimos trajetos - Numa imensa curva indivisível, numa imensa via estelar - elevêmo-nos a esse pensamento! Mas nossa vida é breve demais, nossa visão fraca demais, para que possamos ser mais do que amigos no sentido dessa possibilidade sublime! E assim, queremos crer em nossa amizade de astros, mesmo que devamos ser inimigos na Terra." "Amizade de Astros" - Nitzche - "A Gaia Ciência".

O tipo de adeus mais triste!
Hj, chorei... Lavei a alma!!!!!!